Cortando o cordão umbilical, dos PAIS!!!!

Cortando o cordão umbilical, dos PAIS!!!!

Queridos amigos, volto aqui a compartilhar com todos a sensacional experiência de ser pai de uma linda menina, e junto com esse maravilhoso título, tudo o que envolve ter um bebê em casa pela 1ª vez....

Para começar compartilho a experiência da despedida da maternidade, quando em minha opinião, é cortado o cordão umbilical dos pais.

Na véspera da alta você começa a receber informações a respeito de como lidar com aquela coisinha maravilhosa, chamada bebê, após sair do ninho da maternidade e retornar ao lar. A 1ª informação preciosa que você recebe é a respeito do banho do neném. Aqui eu solto a pergunta... algum de vocês já tentou dar banho (no mínimo segurar) um peixe de cristal ensaboado sem esmagá-lo? Nada de dizer: Ah Carlos, para com isso, mas como alguém que sempre teve à mão ferramentas, martelos, etc., foi assim que me senti. Graças a Deus Maria Fernanda é um anjinho e estou me saindo melhor do que esperava – papai orgulhoso – mas cada vez mais, recomendo que em algum momento da vida, os homens passem por um treinamento com essas bonecas que se mexem.

A 1ª complicação é tirar a roupinha. Cacete, a bichinha tem apenas 50 cm, mas a roupa dela deve ter no mínimo 56 botões que se conectam de uma maneira que eu jamais tinha visto antes! Acho que é um botão pra cada cm! Mas vamos lá. A enfermeira tirou a roupa, deu banho e vestiu a Maria Fernanda em apenas 7 minutos (eu cronometrei isso também). Na boa, nem a minha roupa eu tiro em 7 min! E pra medir a temperatura da água? A enfermeira disse, use o seu cotovelo.... esse sim foi um momento libertador! Eu finalmente descobri pra que serve um cotovelo!!! Pensava que era pra quebrar na aula de jiu jitsu, mas agora já sei que o cotovelo tem a função primordial de medir a temperatura da água para os bebês! Se você pretende ter filhos, cuide bem do seu cotovelo! Nas próximas eleições sairei candidato com a campanha: Cuide do seu bebê com zelo e curta o seu cotovelo!

Beleza, vamos então à parte prática. Primeiro lavar a cabeça, enxugar a cabeça. Depois lavar o corpinho, frente, costas e enxugar. OK! Ela fazendo foi mole mole, fácil fácil. Depois limpar o umbiguinho com álcool. Umbiguinho???? Eu até hoje tenho trauma do meu irmão que chegou em casa com esse umbiguinho pendurado e eu cismei que ele estava com defeito e se desfazendo.... o de Maria Fernanda até que era bonitinho (já caiu). Eu diria que um tanto quanto sexy, se é possível olhar por esse ângulo. Mas na boa...quem aqui já tinha pensado na vida em ficar cutucando (sem ser no facebook) uma parte de outra pessoa que está presa com um grampo?

Tudo limpo então, vamos à parte de colocar a roupa. Roupa não, um mix de kimono, abadá, bata e roupa de padre. E com 56 botões!

Passado o procedimento do banho e demais orientações pediátricas, como diziam os teletubbies, é hora de dar tchau pra maternidade.

Você se sente literalmente como se estivesse fazendo check out de um hotel, e em Miami, cheio de muamba. Não estou reclamando, ao contrário, agradeço por todos que de alguma forma participaram e gentilmente deixaram uma lembrança para esse momento especial. O engraçado é que você sai com tanta, mas tanta coisa, que quase tive que chamar um táxi pra levar as coisas e eu poder me encarregar só de Carol e Maria Fernanda. Ah, um adendo, como mencionei no post anterior, o carrinho não estava montado, e consequentemente o bebê conforto também não. Queridos amigos, o que posso dizer sobre a instalação do bebê conforto no carro é: é algo próximo de completar o caminho de Santiago de Compostela. Você sabe que vai começar uma jornada, tem alguma idéia do que vai encontrar pelo caminho, mas não sabe quanto tempo irá durar. Sabe que vai se cansar, se esgotar, mas no final, o resultado é recompensador e sua alma estará purificada! Recomendo fortemente a todos os futuros papais que pratiquem a montagem do bebê conforto antecipadamente, de preferência com algumas cervejas e amendoim pra dar uma relaxada.

O caminho de volta pra casa – Laranjeiras x Grajaú – nunca foi feito de maneira tão tranquila. Senti-me conduzindo Miss Daisy e acho que a maior velocidade que alcancei nesse trajeto foi de 30 km por hora. Eu poderia ter no carro todo o jogo de jantar de Cristal Alemão encontrado no Bunker de Hitler que ele estaria são e salvo. Mesmo no rally do Rio de Janeiro consegui completar o percurso em céu de brigadeiro, e Maria Fernanda se sentiu como se estivesse passeando de TGV, em baixa velocidade.

A chegada em casa é um momento único e um sentimento diferente toma conta. É diferente, pois é a 1ª vez que você abre a sua casa para alguém com o máximo de intimidade e essa pessoa não sabe, nem tem como para onde ir. Nesse momento novamente a Ficha cai, e consuma-se o corte do cordão umbilical dos pais. Experiências únicas (trocas de fralda na noite, mamadas esfomeadas, sujeirinhas dignas de quem foi no rodízio de pizza da parme e depois arrematou com um porcão rio´s) começam a acontecer. Mas isso será assunto para um outro post...

Bjs, Carol, Carlos e Maria Fernanda